domingo, 25 de dezembro de 2016

Encontrar!

Oi!

Todo final de ano traz consigo a magia de nos fazer refletir sobre nossas ações, sobre planos, sobre sonhos, sobre uma infinidade de coisas boas em nossa vida. E, especificamente neste tempo, tenho uma mania de tentar achar alguma cena sentimental, no ano que passou, que me tenha feito pensar no quanto a vida é espetacular. Deu certo este ano também!

Era uma quinta-feira quando recebi a notícia que minha afilhada, a Malu, iria participar de um encontro na igreja, para jovens de 10 a 14 anos. Fiquei extremamente feliz, por já ter participado do mesmo encontro, e por saber que ela teria contato com uma formação humana e espiritual sensacional.

As missões, como padrinho, seriam escrever e colher mensagens de homenagem, admiração e incentivo e participar da celebração de encerramento com uma missa. Lá vamos nós!

Escrevemos nossa mensagem em casa e fomos pedir para as pessoas que dividem parte da sua vida com a Malu para fazerem o mesmo. Aproveitamos também para convida-las para a celebração de encerramento. O mais sensacional era ver o rostinho das crianças, quando era falado o que era pra ser feito!

 As faces das crianças, quando querem desejar ou fazer o bem para uma pessoa/criança que gostam são impagáveis!

Isabela: A mensagem é pra Malu? É pra dar parabéns?

Eu: Sim. Escreve uma mensagem bonita pra ela, Isa.

Isabela: Ah! Tá bom! (sorriso do tamanho do mundo no rosto)

A Isa se prontificou a nos acompanhar para a missa de encerramento também. E não só isso, ela ainda queria levar uma “florzinha” do jardim pra Malu!

Sua mãe colheu a “florzinha” e a Isa a trouxe no carro, guardando o presente com o zelo de quem guarda um segredo a sete chaves! Na missa, com a maravilha de um coral com umas 90 crianças, a Isa não aguentou nem 10 minutos e dormiu! E dormiu até o final da celebração! Quando a acordei, a única coisa que perguntou: cadê a Malu, padrinho?



Achamos a Malu para dar um abraço e enfim a Isa conseguiu cumprir sua missão sentimental: presentear a Malu com a “florzinha”!

Essa foi eleita minha cena sentimental de 2016, que me trouxe a reflexão do sentimento de Natal. Nascer para alguém. A Isa me antecipou e renovou meu conceito de Natal.

Sim, Jesus nasceu pra alguém. Na verdade para muitos! Jesus nasceu para retirar todas as flores que tinha no seu jardim e espalhar, em busca de colher sorrisos! E quanto mais flores tivesse, mais flores doaria.

Jesus nasceu pra ser incômodo e não somente referência de Deus que salva.

Jesus nasce pra me mostrar que preciso acordar do sono de só cultivar minha flores, e leva-las, no estado que estiverem pra fazer alguém melhor.

Jesus vai nascer pra me questionar uma vida de acumulador de flores, e me dizer que quanto mais flores no meu jardim, sejam elas espirituais, educacionais, financeiras, patrimoniais, etc, mais flores tenho que dividir. Preciso me incomodar com os jardins vazios, sem flores, sem vida.  Jesus não é o Deus que veio pra me confortar simplesmente em atender meus pedidos para que ele distribua flores, mas as D’Ele e não as que eu tenho. Ele vem pra me dizer que o mundo melhor que eu quero eu tenho que ajudar a construir.

 E Natal é isso! Natal é essa flor, que deve ser colhida, protegida e levada pra fazer bem pra alguém.

Natal é encontrar! Encontrar alguém pra levar uma simples “florzinha”! Mais ainda, se incomodar a encontrar lugares que estão precisando das lindas flores que sobram em nossos jardins.

Aproveitemos este nascimento divino, para acordar do sono de realização do nosso “orçamento infinito de sonhos”, e criemos o maior jardim possível, que humanamente merecemos.

Feliz Natal!

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Anjos de plantão.

O correr da vida embrulha tudo.

A vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem...
(Guimarães Rosa)


De repente, me deu vontade de escrever alguma coisa bem rápida sobre a vida.

Vida! Aquela que é a mais alegre frustração ou a mais frustrante alegria que podemos ter. Viver é sensacionalmente bom e frustrante. Pra mim, esse é o jeito mais honesto de viver, reconhecendo o que realmente isso representa. E dessa reflexão pode nascer a nossa grande missão: ser resistente.

Resistência é o grande trunfo para permanecermos de pé, firmes, motivados. Resistência é melhor que felicidade e tristeza. Você não está nem lá e nem cá.

E pensar que o que nos torna resistentes às vezes são simples gestos, que aparentemente não podem mudar nada. O que te faz resistente é ver alguém te ver, lá de longe, e atravessar um salão inteiro pra te pedir bênção. O que te faz resistente é alguém que mal sabe ler decorar seu telefone e te ligar quase todo dia, só porque lembrou de você. O que te faz resistente é existir pra alguém. O que te faz resistente é ter alguém que confie no seu trabalho. O que te faz resistente é ter amigos que te ligam só pra falar: “fdp, por que não ligou mais?” O que te faz resistente é tomar soco na cara, pra decidir como e com quem você anda.

O que te faz resistente pode ser até a sua decisão na forma como vê o mundo, como percebe alguns sinais. O que te faz resistente são os anjos de plantão.



Eles podem ter passado a noite ao seu lado, depois de ter feito você ficar até altas horas contando a história dos 3 porquinhos infinitas vezes...


...e você só percebeu que estavam ali ao amanhecer, na hora de ir pro trabalho.



Eles podem ter te chamado para jantar e perceberam que, naquela noite, tudo que tinham pra te desejar era um deboche.



Ou, simplesmente, podem ter te mostrado que a resistência é divina, e milagres chegam à vida de quem crê em Deus!




Enfim, se havia alguma prece, agora há a oportunidade do tempo do agradecimento.

Agradecer também faz parte da oração.





segunda-feira, 17 de junho de 2013

As coisas não caem do céu.

O título é parte de uma música de autoria do Leoni, mas queria te convidar inicialmente pra viajar com “O Rappa”, na música “Na frente do reto”. Vamos?

Oh! Oh! Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh!
O show tá começando
O show tá começando...
Anote tudo que puder
Anote tudo que ver
Não se sabe o que sucede
O que pode acontecer...
...
O seu banco afundou
Tu foi demais!
Tu rodou, tu rodou...
A ligação desse início da música representa grande parte dos acontecimentos dos últimos dias, acho que da última semana, e de hoje. Representa o show dado pela sociedade no país inteiro com protestos contra um aumento de R$ 0,20 (R$ 3,00 pra R$ 3,20? Pô! Assim não...kkk) em passagens de ônibus e agora por “tudo”. Representa o monitoramento feito pelos manifestantes sobre toda represália que estão sofrendo. Representa a dúvida de “até onde isso vai chegar?” E, finalmente, a possibilidade de um retorno dos piores possíveis aos políticos envolvidos nesse “protesta tudo” que está acontecendo.

Amigo político, tu rodou!

Se o capitão Nascimento fosse fud&%# mesmo, entraria em rede nacional agora e diria a todos os políticos: Senhores, podem apertar os vossos tob$@ porque agora “a coisa” vai mudar! Peçam pra sair, senhores, porque o país não vos pertence mais!

Milhares de pessoas estão se mobilizando por todo o país para protestar contra tudo. Sim, os protestos são gerais, é contra tudo que foi e continua sendo nocivo ao país, e esse tudo tem sua origem central na política. Na verdade, em quem a pratica. Os políticos, ruins ou bons, estão agora na condição medíocre da incompetência.

Essa incompetência política tenta ser traduzida em dois resumos: atuação equivocada da polícia na repressão às manifestações, e atitudes medíocres de manifestantes como pichações, depredação, gritos de “ai”, entre outras. 

Todo conflito tem equívocos, assim como toda ação tem uma reação. Agora, o importante é que o conflito incomoda. Muda a inércia, tirando, seja lá o que for, do repouso absoluto ou do movimento constante em uma só direção.

Especificamente sobre os conflitos gerados pelas manifestações poderíamos fazer algumas perguntas, para analisar as condições dos lados envolvidos.

 O que você faria se fosse responsável pela ordem de um local e visse alguém pichando um ônibus nesse local?

Você falaria para a pessoa: ”Sr. pichador, favor paralisar a sua ação no momento. Vamos tentar limpar o que o sr. fez? Eu trouxe para o sr. uma latinha de thiner/aguarrás para que o sr. tente remover essa tinta jogada em excesso em nosso veículo que é um patrimônio que preciso defender.” Ou você desceria a borracha no fdp? Dependendo do sr., “meu amigo”, às vezes só borracha resolve...

Do outro lado, se estivesse protestando e visse um batalhão vindo em sua direção, fazendo a “limpa” nas pessoas à sua frente, “descendo a borracha na galera” e achasse por acaso no seu bolso uma pedrinha, o que você faria?

Você a pintaria nas cores da bandeira do Brasil e daria aos policiais, convidando-os para algum jogo da copa das confederações ou jogaria neles? Pra se defender, se pudesse, com certeza jogaria um ônibus!

Nenhum deles está totalmente certo, e nenhum deles também está totalmente errado. Em verdade, algumas pessoas estão proclamando a liberdade ao país com muita motivação pra isso, debaixo de uma “repressão animal”, resultando num incômodo incalculável para os governos, Federal, Estadual e Municipal. Com certeza os representantes dessas esferas estão “com as barbinhas de molho”.

Em resumo, vendo esses acontecimentos, eu fico perdido em sentimentos. Na verdade, nem sei mais o que é sentimento (peço “desconto”, pois já tive uma lesão cerebral). Tanta coisa na cabeça. Raiva, orgulho, vontades, motivação, leituras, vontade de gritar, vontade de chorar, pensamentos de “pqp, por que não consigo fazer nada pra mudar meu país?”, ou de “pqp, o que o país ganha com um cara como eu?”, ou também de “pqp, vai mudar coisa pra car#$%@!”, com adição de “pqp, a gente poderia ser mais organizado”, ou de “pqp, e se ninguém fosse votar nas próximas eleições?” Felicidade com a proximidade de conquista do mundo (Brasil)... Felicidade com lembranças de músicas que são sensacionais justamente por nos chamar à reflexão da necessidade de mudanças e por estar bem próximo de vê-las .

Trechinho de Renato Russo – “Quando o sol bater na janela do teu quarto”: “Até bem pouco tempo atrás poderíamos mudar o mundo, quem roubou nossa coragem?”

Trechinho de Gabriel o pensador – “Até quando?”: “Muda que quando a gente muda o mundo muda com a gente. A gente muda o mundo na mudança da mente. E quando a gente muda a gente anda pra frente. E quando a gente manda ninguém manda na gente!”

Na perdição de sentimentos, tenho pelo menos a satisfação em saber (mesmo ainda permanecendo inerte) que alguns brasileiros estão “lá fora” lutando pelo meu bem-estar e pela minha liberdade, e eles podem determinar a prosperidade da minha vida, fazendo, por exemplo, com que possa ter minha saúde garantida ou sendo cuidada ao extremo da qualidade, se alguma circunstância da vida me levar a ficar doente. Ou fazendo com que eu não tome um “balaço na cabeça” por conta de um celular que já dei ao bandido pra atender o pedido do seu assalto. Ou fazendo com que eu não seja amarrado e queimado porque tenho somente R$30,00 na carteira e “ele” precisa de mais pra comprar a fdp da droga que o Estado não consegue nem minimizar a entrada “por aqui”. Ou fazendo com que eu não tenha o desprazer e a humilhação de ser representando por uma pessoa condenada na justiça. Ou fazendo com que não aconteça comigo uma série de coisas que se eu ficar pensando meu cérebro não vai dar conta de manter minhas funções vitais ao mesmo tempo.

Esses brasileiros estão ensinando ao país que nós podemos mudar tudo, se nos determinarmos a isso e fizermos agora o que temos que fazer!





sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Discografia.


Esses dias tenho pensado na minha vida. Na verdade, nos momentos vividos, como uma discografia. Uma discografia sensacional. Uma coleção de discos variados, com uma mistura - acho que natural de toda vida - de alegrias, decepções, amores, raiva, derrotas e conquistas.

Todos nós temos a capacidade de produzir os mais variados tipos de discos, onde estarão gravados momentos bons e ruins. Também está em nós a escolha de qual deles deixar tocar, qual a faixa apropriada pra viver cada momento; onde buscar motivação, reflexão; onde buscar “aquela história que me fez chegar até aqui”, ou resgatar os piores momentos de dor e desilusão pra saber se aprendeu algo diferente pra viver. Ou então reviver o momento de glória de ter conquistado uma vaga em uma universidade sensacional, ou de ter finalizado o seu trabalho de conclusão de curso, ou de ter perdido um ente querido, ou de ter perdido pra sempre a habilidade de jogar futebol e não poder mais ouvir seus amigos dizendo: “ele só faz aquilo, mas é f@#$ marcar ele!”, ou...

Quantos discos ou faixas sensacionais que temos para ouvir? O que seria um disco sensacional? Como posso cuidar dele sem arranhá-lo? O que fazer com os discos que arranharam?

Comecei a refletir sobre essa ideia de “discografia da vida” durante uma festa do casamento de um amigo, o Nino, em outubro deste ano.

O Nino foi o primeiro ser fora do normal que eu conheci ainda antes de começar o meu curso de graduação em Ilha Solteira. No dia da confirmação de matrícula tive a oportunidade forçada de conhecê-lo em um “restaurantezinho” da pacata Ilha Solteira. “Oportunidade forçada” porque não vejo como não trocar ideia com um ser que é muito semelhante ao burro falante do Shrek: não dá pra não conversar. Decidimos morar juntos a partir dali.

Montamos a República Atmaskavas, que depois, no começo das aulas, já contava com mais quatro integrantes: João, Calipo, Christian e Danilo. Éramos seis! E naquela época (2001) dividíamos um aluguel de R$ 340,00 em uma casa bem mais ou menos, com uns amigos ratos, que “trabalhavam” como seguranças da “Rep” (1).

Consegui seguir meu curso em Ilha Solteira por um ano, até que meu pai teve um problema de saúde, e eu não conseguia mais tocar minha vidinha distante da minha casa, dos meus pais. Havia a oportunidade de estudar mais próximo de casa, em Guaratinguetá. Consegui, depois de mais seis meses, minha transferência de curso e, com isso, um maior estado de paz pra alcançar a conclusão da minha graduação. Mas alguma coisa ficou em Ilha Solteira. Um disco sensacional foi gravado lá. Um amor por meus amigos.

Após ter ficado um ano e meio em Ilha Solteira, eu trouxe de lá um disco com faixas maravilhosas de momentos de felicidades, de angústias, de conquistas, de superação. Aprendi nos primeiros anos de faculdade a ser parceiro, porque eu tinha parceiros. Aprendi a respeitar os espaços do outro. Aprendi que amizade nos mantém imune a qualquer tipo de solidão. Aprendi que a distância não bloqueia amor algum. Aprendi o como é bom sentir saudade e ter tempo de acabar com ela, ainda que ela dure uma semana, um mês, três meses. Aprendi que sempre serei maior do que penso ser. Aprendi que a melhor forma de me sentir melhor é tentar ser melhor, ainda que eu não consiga ser mer@$ nenhuma. Aprendi o quanto é bom se dedicar a um desafio, a um “plantar mais difícil”, pra depois usufruir dele. Aprendi que posso respeitar o nome da minha família onde estiver, e que tenho que dar o máximo de mim para tentar ser lembrado por onde eu passar, nem que seja por um simples sorriso. Aprendi o quanto é sensacional valorizar as amizades verdadeiras e viver delas.

A ida ao casamento foi como se eu pudesse pegar um dos discos mais sensacionais da minha vida, e colocá-lo pra tocar. Sim, um disquinho em vinil, em um toca discos com uma agulhinha bem limpa. Em casa ficaram dois dos meus melhores amigos - meu pai e minha mãe - cuidando das nossas princesas (2).

Na cerimônia e na festa de um casamento sensacional, estávamos reunidos de novo. Estava lá, mais uma parte das pessoas que me fizeram ser melhor. Em nossa mesa, estava o meu amigo e fiel torcedor - meu irmão - que me mandava todo mês os cem ou duzentos pila (3) que faziam minha conta corrente ter algum sinal de “+” ou “C”; estavam os caras que compartilharam comigo muitos momentos de alegria, que foram os mesmos que se despediram de mim na rodoviária cantando “Eu só quero amar”, do Tim  Maia, me fazendo chorar pra cac&%$; estavam minha namorada e minha cunhada comendo doce pra caramba; estava a memória e a saudade do Calipo que foi muito mais cedo pro céu; estava a vontade de ter o Hondinha (4) conosco, que foi pro casamento do Jarrão (5) lá na Paraíba. Enfim, estava presente um sorriso coletivo de “cara%$# como é sensacional viver!”

Eu acho que nesses 30 anos de vida, eu aprendi a saber, a reconhecer nitidamente minha base. Esses momentos me levam a crer nisso. Mais do que saber onde estou, eu sei porquê estou. Alguém me fez chegar até aqui. Com certeza eu não estava e nem estou sozinho. Sou uma formação de pessoas, colocadas em minha vida, por uma Pessoa que me ama muito, pra me amarem, pra me ajudarem, pra torcerem por mim, pra chorarem junto também.

Sou só mais uma pessoa que recebeu do criador o desafio e a dádiva do movimento da vida, e com ela a possibilidade de vivenciar momentos horríveis e/ou sensacionais. Posso escolher o que viver, na maioria das vezes.

Sou só mais uma pessoa que não sabe explicar muito bem a sua origem, mas  que sabe o que fazer para o movimento da vida nunca cessar, até que Deus determine essa hora.

Enquanto viver, vou tentar sempre sacar da minha coleção algum disquinho sensacional e, simplesmente, começar a tocar!

Sempre!



(1) Abreviação de república - "casa" de estudantes.

(2) Manoela e Isabela, minhas duas sobrinhas sensacionais.

(3) Pila é a outra denominação dada a qualquer tipo de moeda. Seja real, dolar, euro etc.

(4) Hondinha, é o apelido do sr. Bruno Takeo, o japonês mais engraçado que conheço. Ele pertencia a outra Rep. mas não saia da Atmaskavas. Uma das pessoas mais sorridentes que conheço.

(5) Jarrão, é o cara mais desastrado que existe. Pra se ter uma noção, o "buro" marcou a data do casamento dele, no mesmo dia que o Nino. Só que o "casório" foi lá na Paraíba. Facilitou a escolha da galera, em qual dos dois casamentos comparecer.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Páscoa e Cadeia de Suprimentos (Supply Chain)


Como diz o ditado, “quem é vivo sempre aparece”. Eu já estava com saudade de aparecer, mas não estava com saudade de aparecer triste. Tristeza é ruim.

No mês passado foi encerrado o tempo pascal, tempo em que grande parte das pessoas reflete sobre suas atitudes, suas conquistas, suas virtudes, seus defeitos; reflete sobre a busca por mudanças, tendo como exemplo a paixão de Cristo.

Nessa época ouve-se muito comentário sobre jejum, sobre penitência, sobre busca de Deus, sobre confissões, enfim, o assunto religioso centraliza as atenções.

Especificamente nesse ano, eu aproveitei a Páscoa simplesmente pra “admirar” um fracasso pessoal.
Olhando o exemplo de Jesus, na experiência de chegar até o fim quando se tem um propósito, eu pude redescobrir o quão mer$%@ eu sou...

Em julho de 2010, foi feita uma postagem com título de “Conquista”. Ela falava de um episódio que vivi com uma amiga, que eu achava que estava precisando de uma “ajudinha” pra mudar o rumo da vida, no qual estudamos juntos e ela conseguiu passar no concurso pra recenseador do IBGE.

No final da postagem estão as seguintes frases:

Parabéns pela conquista!

Agora ela já tentou, chegou lá, e sabe como voar.

O que eu mais espero agora, é que permaneça na montanha!

Pois é... Faltou acontecer o final. Faltou voar. E a montanha... 

Eu ainda custo a acreditar que minha amiga não compareceu na data correta pra se apresentar para a vaga, o que lhe causou uma desclassificação automática e o resultado foi lógico: ficou sem o trabalho.

O andamento dos acontecimentos que tinha me deixado tão bem ficou órfão de um final feliz.

Todas as conclusões e expectativas sobre boas coisas para o futuro se transformaram em um lamento, em uma situação apática.

Ficou no ar somente a pergunta: o que faltou ser feito?

A vida dela continuou até esse ano da mesma forma. Sem trabalhar, sem estudar, só “curtindo” a casa e o namoro.

No começo desse ano, tive a notícia que ela está grávida. Não era sonho dela que isso acontecesse no limiar de fazer 21 anos, sem ainda ter estruturado sua vida.

O mais legal é ver agora toda a família dela comentando aos cantos o papelão que ela cometeu. Os “profetas” comentando: “já sabia que iria dar nisso”. Impressionante ver que quando estamos diante de uma situação assim, parece que a gente ganha um poder de falar da pessoa. De olhar pra ela de uma forma diferente pra poder criticar, pra se mostrar “o conclusivo”, pra se colocar em outro patamar, enfiar o dedo na cara do outro e falar: burro!

Aparece tanta gente santa pra comentar nessas horas que você perde a conta. Parece que todo mundo que está criticando aquela situação casou virgem.

 Poder covarde!

Não acontecer com você não significa que você é melhor. Você corre os mesmos riscos. 

Poder covarde!

Mais covarde ainda é quem nunca ajudou a pessoa em nada, em nenhuma orientação, nunca fez um oração sequer e ainda quer falar alguma coisa...

O que faltou pra ela foi simplesmente uma carona de uma pessoa um pouco mais informada, que a levasse até o local de apresentação pra vaga e fizesse juntamente com ela a inscrição. Só isso!

Eu tinha o carro. Eu tinha condições de levá-la. Eu tinha um pouco mais de vivência que ela pra conseguir direcioná-la nas inscrições pra vaga.

E o que eu fiz? 

Achei que tinha chegado o final antes da hora certa. Perdi, por pura ignorância/burrice/apatia, a chance de ver o final correto!

Mais ainda: se tivesse de verdade como referência o tal Jesus - lá da Páscoa - eu ainda a levaria até o trabalho no primeiro dia (eu tinha condições pra isso) e batalharia com ela o tempo necessário até que “pegasse no tranco” pra tocar a vida da melhor forma. Não fiz...

Um pouquinho antes da Páscoa, eu fiz um curso em SP e fiquei hospedado no apartamento de um amigo - o Mandra -  por 3 dias. Em um desses dias o Mandra entrou no trabalho as 7h00 e chegou em casa por volta da meia-noite. Ele é engenheiro de produção e acredito que faz a gestão da cadeira de suprimentos (Supply Chain) em uma empresa, cuidando desde a compra/acompanhamento da matéria-prima dos fornecedores até a entrega de um produto final ao cliente.

Nesse dia específico, ele teve que “esticar o horário” simplesmente porque o caminhão que a transportadora enviou para levar o produto desenvolvido até o cliente estava em péssimas condições, então teve que permanecer (até tardaço1) na fábrica até conseguir arrumar o frete adequado para a entrega do produto, pois queria que o produto chegasse ao cliente no prazo correto. Pelo jeito, ele tem amor pelo que faz.

A tradução do que ele fez é a seguinte: ele disse pra uma fábrica inteira que ali tem um gestor preocupado com a realização final da produção de um produto, que é sua entrega com qualidade no cliente. Ele disse nesse ato que se preocupa com o trabalho de todo mundo envolvido no processo, pois tentou minimizar o risco de perda do produto ou de não entregá-lo no prazo para o cliente. Ele disse pra fábrica que é um investimento que vale a pena, porque não estava olhando pra lua com um diploma embaixo do braço na hora que precisaram de seu raciocínio pra tomada de decisão.

Pra mim, o Mandra deu um exemplo de vigilância do que é realmente final. Ele me disse implicitamente assim:

- Pinda, o final é a entrega no cliente. O final é que o produto tenha qualidade que atenda as expectativas dele. O final é mais à frente! 

Olhando pra Páscoa no exemplo de Jesus que chegou até a morte pra provar seu Amor por nós, e olhando para o “episódio pontual do Mandra” eu só posso concluir que ainda tenho muito a aprender. Vivi uma situação que só teve a falta da “entrega no cliente” (do que não é um produto). Faltou a última disposição, faltou provar o Amor. Faltou...

Resta torcer para que Deus possa ajudar minha amiga a criar uma criança da melhor forma possível e quem sabe através dela, Ele possa revelar um novo fim, talvez até melhor do que se esperava, já que é impossível dominar os acontecimentos da vida. Que essa criança venha com sensacional saúde, meu Deus!

Eu vou aguardar com fé e torcida, tentando ficar pronto pra uma nova oportunidade que com certeza virá, e dessa vez acredito que o “Cara lá de cima” vai Mandramente2 me conduzir e dizer:

- Pinda, o final é mais à frente!

Ao Coração Padre Fábio de Melo
Deus me entregou bem mais do que mereço
talvez seja por isso
que eu me cobre um pouco mais
não que eu não seja capaz
mas, às vezes é difícil

nem sempre sei fazer o bem que eu desejo
e, às vezes, eu me vejo
me enganando sempre mais
não que eu não queira acertar
mas nem sempre é possível

já me condeno tanto
pelos erros que na vida cometi
pelas vezes que eu não soube decidir
e assim, meu coração gritava
desespero de quem ama
coração, tu que estás dentro em meu peito
me condenas desse jeito
e eu não sei por qual motivo
se és divina voz em mim
só te peço, por favor, eu sou humano
não me condenes assim

humano eu sou assim: virtudes e limites
se agora me permites
eu pretendo ser feliz
sem prender-me ao que não fiz
mas olhando o que é possível

a dor que, às vezes, vem
me faz feliz também
pois ela me recorda
o valor que tem a cruz
quando a noite esconde a luz
Deus acende as estrelas

1- Até muito tarde em kbhitianês.

2- Advérbio de modo, Mandra. Modo “Mandra” de falar ou comentar. Ex: Mandramente falando, acho um absurdo um time como o Corinthians ainda não ter ganhado uma Libertadores da América.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Nascer de novo.

No Natal foi comemorado por muitas pessoas o nascimento de Jesus
Cristo, um homem cuja história e a fé mostram que passou por este mundo para
executar um projeto de salvação.

Se fizermos uma pesquisa na internet com o nome de Jesus, certamente
vamos achar uma infinidade de histórias de milagres, de “episódios” de exemplos
de liderança, de “episódios” de exemplo de bondade e, como diz um amigo meu: “por
aí vai”.

Pensando em um dos “milhões de episódios” eu acho que o do nascimento
é dos melhores. No nascimento é sinalizada a manifestação de Deus, na
oportunidade que ele vem trazer pra humanidade de novamente se levantar.
Nascimento = oportunidade divina.

Especialmente no Natal, Deus nos convida a um nascimento, a uma revisão
do que ainda somos, e a ver as possibilidades que temos de melhorar se
conseguirmos observar as oportunidades que vêm à frente.

Quando uma criança nasce, ela traz um desafio de criação, mas traz
também uma oportunidade de vermos um ser humano sensacional que pode fazer a
diferença para o lado do bem. É nessa possibilidade que está a magia do
nascimento!

Quem resolve sempre nascer de novo, vai sempre ser melhor. O milagre
do nascimento traduz reinvenção, auto-questionamento, e alcance de patamares de
felicidade que a rotina nunca nos deixaria ver.

Os casamentos sensacionais têm “eternos nascimentos”. Os grupos de
amigos sensacionais têm “nascimentos” constantes. As famílias que revisam
sempre seu “nascimento” têm a felicidade como prêmio.

No ano que se passou, tive a oportunidade de ver pessoas que quiseram
experimentar outras coisas na vida: desafios, conquistas, riscos. Exemplos são
minhas duas primas e minha mãe que chegaram à formação superior. Chegaram
porque acreditaram na possibilidade de serem melhores, de ter uma profissão, de
ter um salário melhor, de conhecer mais pessoas, de levar a família a patamares
de reconhecimento muito mais altos.

Nascimento representa quebra de inércia, mudança de estado, e vou
aproveitar esse “embalo” para “nascer de novo” também. Na verdade, hoje vai
nascer o novo nome do meu blog que a partir de agora será “O Mundo Começa
Agora!”

Peço a Deus para trazer à minha mente, sempre a necessidade de nascer
de novo. Agradeço por me colocar em lugares sempre sensacionais, próximo de
pessoas que me fazem viver com um entusiasmo “absurdo” e que me trazem sempre a
esperança de estar melhor. Essas pessoas sempre me dão a visão desse “mundo que
começa agora”, que surge cada vez mais bonito e mais desafiador.

Obrigado a todas as pessoas que de alguma forma me mostraram nesse ano
passado o valor de nascimento que o Natal traz. Obrigado por compartilharem a
visão da esperança eterna. Obrigado pelas oportunidades que me deram, e pelo
prazer de compartilhar algumas conquistas sensacionais.

Pra finalizar, gostaria de “dividir” um trecho de um livro da Lya Luft,
que se chama “Perdas e Ganhos”. Aí vai:

“Nossa visão imprecisa se define mais com o amadurecimento e a
reflexão. Forma-se o que chamamos personalidade, opinião própria, atitude. De
mil maneiras mostraremos o lugar que pretendemos ocupar. (…)
Não importa se sou operário, motorista, camponês ou alto executivo, atriz vitoriosa ou obscura
balconista: gosto de mim na medida em que acredito na minha dignidade, quero me
expandir conforme meu valor. E também segundo acho que vale a pena esse salto,
esse crescimento, essa entrega. Depende de minha confiança.”

Nesse trecho tem um pequeno “desenho” do que eu desejo pra todo mundo
nesse ano novo. Na verdade, tem uma palavra que é necessária pra quem quer
recomeçar ou nascer de novo: confiança.

Desejo a todas as pessoas um Ano Novo sensacional. Que em 2012, com
confiança e muito trabalho, todas as pessoas possam experimentar as mais
sensacionais conquistas, dignas de todo ser humano que resolveu “nascer
novamente”.

Feliz Ano Novo!